7.28.2005

Presidência

Mário Soares? Mas alguém o tem ouvido falar? Por favor! A velhice confere sabedoria e sensatez mas neste caso, o ex-presidente apresenta sinais de cansaço e alguma debilidade que convém não ignorar.O homem teve uma vida muito activa, é tempo de descansar.

Não comparar com Aníbal Silva, que alguns querem meter no mesmo saco. Aníbal não apresenta os sinais de desgaste que apresenta o hipotético adversário da sua hipotética candidatura. Eu não voto Aníbal, mas temos que distinguir as coisas.

Quase repugnante é esta parcimónia toda, como se fosse um grande favor que fazem à Pátria, além do enormíssimo frete. Isto não é assim, se querem acabar com o sistema presidencialista façam-no, mas esta macacada em que todos se fazem esquisitos para ocupar o lugar mais digno de uma Nação é que não me parece bem.

Rain

Anuncia-se chuva e eis que o jornal da tarde da RTP1 diz que isso é uma grande desgraça para o país porque esta chuva é uma chuvita que não molha nada e por isso não resolve a seca, e apenas estraga o negócio balnear. Ora acontece que eu estou fartinho destas merdas do jornalismo português. Como não há raptos, assaltos, furacões, tremores de terra e acontecimentos em condições que os saciem vêm-me com estas ridículas notícias. Será que os outros países são assim? Epá, eu começo a desconfiar que sim. Porque se os portugueses formos os únicos que andamos com estas atrasadices mentais, algo está mal na nossa evolução intelectual enquanto povo humano (pleonasmo propositado). Cá para mim os gajos que arranjaram esta notícia ficaram foi agastadíssimos com a possibilidade de os fogos deixarem de "lavrar" (como eles gostam de dizer. Quem precisava de lavrar eram alguns jornalistas com a junta de bois em cima da sua cerviz curvada) e de se acabarem aqueles directos espectaculares de fogo de artifício em que jornalistas burros de vez em quando têm que fugir para não levarem com um peeling compulsivo.

Eu intimamente acho que Deus moveu uns cordelinhos nas placas tectónicas para não haver terramoto de Lisboa outra vez, porque de outro modo não conteria a Sua ira face ao enfastiamento que sofreria por observar as estações de televisão portuguesas a falar de semelhante tragédia. O mundo passaria por um mau bocado.
Já estou a ver:-Estou aqui junto à rotunda do Marquês que não caiu (jornalista emocionada/o) provando a força do povo português!- e depois... Depois imagino os milhões de entrevistas a transeuntes em que a frase "Tratar dos vivos e enterrar os mortos" seria dita (contando com políticos e jornalistas). Qual será o jornalista português que não sonhou dizer isso no próprio país? Os debates. - Senhor engenheiro, acha que o Túnel do Marquês tem condições para ir em frente? Dentro de quantos dias se poderá fazer compras na Baixa? As pessoas do Chiado, terão direito a jogar no Euro milhões sem pagar? -Dias e dias de programas de solidariedade vácua, directos deprimentes não por mostrarem a realidade mas por a moldarem para ter mais lágrimas, mais desgraça, mais triste fado!

No dia em que houver uma grande catástrofe em Portugal, a economia vai por aí acima. Já para não falar da badalada auto-estima dos portugueses (bleããã). Ei, afinal NÓS temos catástrofes tão boas como os outros!

7.19.2005

No dia

em que todas as combinações e associações de notas musicias estiverem feitas, não se poderá criar música nova.

Degenerescências

Mudar de uma estação de rádio que está a passar Obituary, para uma em que canta o Bono (ainda por cima uma daquelas chochas).

7.14.2005

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Importa explicar de que forma é que o homem é parasita e só o deixará de ser, se se tornar irracional. E só me dou a este trabalho porque toda a gente sabe que eu acredito na gloriosa humanidade liderada pelos gigantes da ciência.

O homem parasita o mundo porque necessita disso para alimentar a sua mente, a sua inteligência, o seu conhecimento. Um burro chega ao pé de uma flor e se lhe agradar come-a. That´s it. O homem se vir uma flor que lhe agrada, cataloga-a, dá-lhe um nome em latim, outro na sua Língua, tira-lhe fotografias, publica-as no livro e torna um ser vivo único e fenomenalmente interessante, numa coisa essencialmente banal, ainda que aumente o seu valor perante a mente e a inteligência do resto da humanidade. É um ciclo. O homem olha para a lua, vê as ondas do mar a bater na areia, e tem logo que arranjar ali alguma coisa palpável, para tornar o caos do que acontece a cada momento numa coisa controlada pela inteligência. É a chamada coisificação. Então escreve um verso lamechas sobre a lua e o mar. Claro que grandes génios podem tornar esta rude coisificação numa coisa sublime, mas são raros.

Quanto ao parasitismo da ciência, acho bonito. É bom parasitar para conhecer. Uma árvore não tem sentimentos, porque é que se há-de importar que se conte a sua provecta idade através dos anéis do tronco? Além disso está morta. O homem precisa de saber, e fica contente com isso. A racionalidade confere ao ser humano uma sensibilidade que vai muito além do continente de qualquer corpo.

Os espirituais também parasitam. Um zen parasita o oxigénio que respira e transforma o silêncio num ícone transparente e sagrado. Tudo porque também querem conhecer mais, utilizando a sua racionalidade de forma encapotada. Por exemplo, apreciam a tal flor sem dar importância ao nome em latim afirmando que não é importante, mas dão-lhe um significado transcendental que a flor no seu perfeito juízo jamais assumiria. Esta forma de viver parasitando também é bonita, mas mais uma vez, só possível à nossa maravilhosa racionalidade.

7.13.2005

No dia

em que o homem se tornar num animal irracional(por uma tenebrosa involução), deixará de ser parasita.

7.07.2005

London Calling

Mais umas bombas dos desgraçados dos islâmicos. O que pensaria o Joe Strummer disto? É verdade que ele era dos que abominavam os sistemas capitalistas ocidentais, mas para me tranquilizar há a "rock the Casbah", uma boa paródia a esses anormais dos fundamentalistas. Dá vontade de a pôr a tocar aos ouvidos dos bárbaros... E bem alto!!!

7.05.2005

Music?

Ouvi a pior música de sempre. Desde que ouço música, nunca me deparei com um fenómeno sonoro tão mau, pobre, podre, estúpido e enervante. E atenção que eu já ouvi Bee Gees, Abba,Emanuel, Zé Cabra, cradle of filth, deicide, Nel Monteiro, Baza baza vai pra casa, e muita outra merda. De todos os que mencionei (tirando os deicide) consigo vislumbrar umas qualidades que serão preciosas para outras pessoas não necessariamente pouco inteligentes. O Emanuel anima qualquer bailarico e leva-o ao rubro com os seus clássicos. Os Abba põem uma Disco a dançar e a cantar. O Zé Cabra proporcionou bons momentos de risota a muita gente. Os cradle fazem vídeos do arco da velha. O Nel monteiro tem uma cara do caraças. E o BAza baza vai p´ra casa dá ritmo ao pessoal que quer gamar umas carteiras.

Mas estes gajos que eu não sei quem são mas que quando os vir se vão ver à rasca, fizeram a pior coisinha que alguém no mundo poderia ter feito. Juntaram uma frase a um conjunto de notas mal amanhadas, puseram o vocalista a cantar à coninha de sabão e aí está a antena 3 toda parva (com o meu dinheiro e dos que pagam impostos) a passar aquele esterco. Dir-me-ão alguns: "puto, isso é o que fazem todas as bandas da actualidade!" Mas estes é pior. É pior que os Dizârt, e esses também já dançavam no cadafalso.

A música é uma em que se ouve isto: "Hey! Hello, my name is Joe I live next door. Hey hello, I´m your neighbour". Opá mas o que é isto?! Eu quando ouvi aqueles a cantar "Listen to the songs on the radio" percebi que isto não andava lá muito bem; quando chegaram estes três mentecaptos da tvi com mais três contratados para fazer dinheiro, preocupei-me. Mas isto dá cabo dos nervos de qualquer um.

7.01.2005

Mosquitos

JPC fala na Maxmen deste mês dos chatos e chatas que invadiram nos últimos tempos o Rossio. Não se trata de ladrões, traficantes, pedintes ou outras personagens típicas, mas sim de uns quantos jovens que de bloco na mão, abordam qualquer inocente que se cruze no seu caminho. Como são ás dezenas, é muito difícil não esbarrar com três ou quatro! Nunca fui apanhado. A princípio a estratégia de dizer que não se estava interessado, resultava. Mas com o tempo as coisas complicaram-se. Certos dias dei por mim a abanar o indicador com o bafo da opressora bem perto do meu nariz. "Isto está mau, pensei eu". Agora não vou com tanta frequência para aqueles lados (se tivesse um jacto iria de certeza) mas o assédio crudelíssimo continua! O pior é que já ouvi histórias de quem foi apanhado, e acreditem que aquilo é mesmo terrível! JPC ensina uma táctica eficaz que é a de fingir-se surdo e mudo o que impossibilita a comunicação: processo eficiente. Ora, há uns dois meses atrás, enquanto passeava pelo Rossio reparei que a uns 20 metros tinha 2 pares olhos sobre mim. Eram duas moças do bloco (não confundir com bloco de esquerda), e com ar faminto! Nem a perspectiva de aquele olhares terem outras intenções me animou porque o que piora a fama deste grupo é que normalmente são tod@s de aspecto duvidoso. Bom, talvez se escape uma ou duas, mas não tenho conhecimento. Comecei a suar mal vi os blocos que traziam em cada mão, olhei para todos os lados à espera de me salvar e então lembrei-me! ya está, hablaré castellano! Claro que me poderiam ter respondido e aí ficaria em maus lençóis, mas pessoal com aquele aspecto nem Português sabe falar quanto mais Línguas estrangeiras... E assim, enquanto me atacavam ( e atenção que só perceberam passados p´raí 5 segundos de ataque cerrado), respondi eu :" No comprendo, no hablo portugués, perdona!" E aqui percebi que o meu accent não é tão bom como eu pensava porque a que estava decidida a fazer-me o questionário, olhou meio de soslaio depois de me deixar.

A partir de hoje devíamos começar a engendrar uma série de divertidas partidas e brincadeiras para desmoralizar esta canalha que alegremente me estraga os passeios. Por exemplo, levar um lança-chamas e pegar fogo ao bloco: "não há bloco, não há inquérito.