6.14.2006

Bah! Deixai-vos de coisas.

Chega o campeonato mundial da bola, os skins nazis e ultra nacionalistas aparecem, o povo dá-lhes tempo de antena e os ideólogos da cartilha do mau velho anti-semitismo saem de baixo das pedras para anunciarem a boa nova do benfazejo Hitler.

Aqui há uns anos (poucos) em Lisboa, uns nazis entraram num concerto de punk rock cheio de malta bem intencionada (beber, cantar e moshar), puseram dois gajos armados com pistolas à porta, enquanto os outros iam aterrorizando putos com a roupa (isso mesmo) errada. Um chegou a ser arremessado deu m dos balcões da sala. Se isto fosse noticiado era o fim da picada simultaneamente com o fim da macacada. Felizmente não foi, mas ainda assim sabe-se que os gajos andam aí, e que se entram num concerto em que estejamos, o melhor é pedir para cagar e sair, ou então juntar um grupo jeitoso e enfiar-lhes uma coça como a que levaram em Loures há uns anos mais largos.

Li numa caixa de comentários por aqui das coisas mais parvas:"Quanto à mistura das espécies, concordo. Até devia haver uma quota de mistura de raças previamente definida por lei..." Eu sei que é a brincar, mas até assim esta ideia é palonça. é aqueea ideia de gajo muito tolerante mas que se uma prima se casasse com um africano,cortava os pulsos. Verdade Lili: considerar a mistura melhor, é o contrário de achar a não mistura melhor, logo é também errada. Apesar da evidente falibilidade dos silogismos, percebe-se o que eu quero explicar. Nada de forçar... Quanto ao comentário direccionado para os ciganos que também tristemente o mesmo autor elaborou:"É impossível sequer tolerar uma etnia...se morressem todos empalados por berbequins industriais, apenas modificariam a minha expressão facial com um ligeiro esgar de satisfação!" Isto é claramente BOLLOCKS!! Ninguém pensa isto verdadeiramente. Não há etnias boas ou más e toda a gente percebe isso. As culturas diferem e há umas mais evoluídas que outras. Não me comparem um batuque jambé do Burkina Faso com um solo virtuoso numa Fender Stratocaster!!!
Uma parte dos ciganos tem um modo de vida condenável aos olhos da sociedade restante. O verdadeiro desafio não é matá-los ou prendê-los a todos como boa parte do povaréu quer, mas sim demonstrar as vantagens da civilização ocidental e levá-los a modificar alguns dos seus hábitos. Não é paternalismo, é viver em sociedade.O nomadismo, por exemplo, já é residual. Há muito a mudar, mas em toda comunidade, não só na cigana.

Em Portugal também há os sindicatos politizados que têm impedido ao longo dos anos que os trabalhadores se associem em liberdade, utilizando-os como bonecos nas constantes lutas partidárias. Ainda por cima, o estado paga o ordenado a esses sindicalistas. Isto é uma marca de claro atraso sócio-civilizacional que levaria qualquer empresário estrangeiro de bom coração, a querer limpar o sebo ao pessoal que grita originalmente: "Desemprego não! Trabalho sim!" Isso não é a solução.

2 comentários:

Diabo da Tasmânia disse...

As diferenças existentes entre as supostas etnias são claramente culturais. Já houve e continua a haver quem tente encontrar respostas na genética e na biologia para distinguir, catalogar e hierarquizar os seres humanos, gente amiga da bota cardada e do gesto da palma aberta e braço em riste.

O que distingue os ciganos é carregarem o fardo (que não é exclusivo deles) da exclusão. Alguns, com certeza serão criminosos tal como a comunicação social faz questão de frisar como se o qualificativo
"de etnia cigana" ou "de origem cabo-verdiana" fosse relevante no relato de um crime que não seja para criar o preconceito, o problema é que cometem os crime dos pobres e que por sinal são os mais fáceis de perseguir e os que aparentemente causam maior insegurança no cidadão. As pessoas podem não se lembrar mas a fuga ao fisco, o peculato, a corrupção... também são crimes, mas os agentes destes, também criminosos não vestem trapos nem vivem em barracas de "zonas problemáticas"

Onde é está a diferenciação de valores entre as ditas etnias (sim, que que não sei onde estou rotulado, provavelmente na categoria residual dos "brancos"): no cigano que faz modo de vida a vender roupa contrafeita ou nos não ciganos que organizam milícias para impedir que um grupo de crianças ciganas frequente a escola primária na turma dos seus filhos e que ao fim da tarde vão à feira a comprar o último cd da celine dion e a t-shirt adidas contrafeitos aos mesmos ciganos?

PedromcdPereira disse...

O que dizes não está em causa. Acho apenas que temos que assumir a adaptação mais positiva da cultura ocidental ao ser humano. Não vale falar de multiculturalismos e igualdade, quando no fim só conseguimos enaltecer os que carregam o fardo da exclusão, e culpamos o nosso próprio modo de vida num processo ridículo de auto flagelação.