11.28.2006

Ruídos que vinham da sola do sapato

M. tem 22 anos e trabalha numa empresa a recibos verdes. A experiência que ganhar aqui servirá para mais tarde formar a sua própria empresa de passeios de Zeppelin. Terminou o 12º ano com facilidade, mas sendo um crítico da vida de estudante universitário, optou por arranjar um trabalho e qualificar-se.

Enquanto passa pelas ruas vê pessoas, fala com algumas (a cidade onde vive não é grande), e pára uma vez ou outra para tabaco e café. A sua namorada de há 3 meses agrada-lhe, mas ambos sabem que não será para durar. Os pais de M. são de classe média, gostam dele, e sempre apoiaram sem grandes perguntas, as escolhas do filho. M. vive sozinho.
Enquanto anda pelas ruas olha a calçada, descobre desenhos novos,cria desenhos diferentes, inverte o branco e o preto, inventa novos desenhos na calçada, aprecia as muitas caras femininas que se cruzam com ele...

Sai à noite, fala e bebe com o pessoal. Interessa-lhe a questão X.

Numa das vezes em que M. passeia pelas ruas, nota numa loja de música, uma bestial mesa de mistura. Tantas pistas, e tantos botões. Num relâmpago decide inscrever-se num curso de som direccionado para o Djaying. Compra a fantástica mesa de mistura. Ao fim de dois meses já domina os pratos e as pistas
------Interrupção----- Por razões bem objectivas mas que não me apetece dissecar aqui, não posso acabar hoje esta porcaria. É que isto é em directo...

11.24.2006

Defeitos

Há quem se ache teimoso/a e o assuma com orgulho. Atribuem à teimosia um espírito benfazejo que eu desconheço.

Por isso entristeço quando alguém diz que sou teimoso, ainda que seja com a intenção (errada) de estar a apontar uma qualidade. Isso só quer dizer que essa pessoa não acredita mesmo que tenho sempre razão.

Por falar...

Há dias li este post que me lembrou umas quantas pessoas. Principalmente aquela rapariga que de puta não tem nada, mas passa a juventude a dar-se aos mais necessitados sem pensar no que realmente quer. A certa altura apercebe-se disto. Percebe que quem ela queria mesmo fuck esteve sempre disponível mas not anymore.

A Europa é isto. Anda sempre atrás dos países mais ranhosos, rafeiros e needy. Quando quiser mandar uma valente com os Estados Unidos da América vai perceber que andou a perder tempo, e que além da vantagem de serem 50 Estados, pode ter passado a sua vez.

Educação Sexual e Cincos

Sempre que vejo a canalha aos berros com cartazes e cadeados na mão, pedindo a Educação Sexual nas escolas, lembro-me das aulas de Ciências e de Biologia desde o 6º ano até ao nono em que parte do programa incluía o sistema reprodutivo do ser humano. Essas aulas acabavam por ser Educação Sexual, o que me faz achar desnecessária a existência de uma disciplina específica.

Lembro-me também da Susana, colega de turma que era aluna de Negas e Três à rasca. No teste sobre reprodução relativo à disciplina de Ciências da Natureza do sexto ano, a Susana tirou um Bom! Sim, e no resto da turma a prevalência de negativas foi baixíssima.

O que estes madraços querem é mais uma disciplina para terem o Cinco no fim do período. Deixam de ir a Religião e Moral, e passam a ter Educação Sexual. O Cinco mantém-se, e o assunto melhora. Os que tiverem arcaboiço mantêm as duas e conseguem dois Cincos.


Ah, a Susana ficou muito contente com a nota, mas depois confessou envergonhada que não poderia mostrar aquele teste aos pais...

11.19.2006

Berrar é Aqui ( o espírito mantém-se)

Virai o disco para a mesma merda tocar

A preocupação que tenta carcomer-me sempre que deploro e me deparo com algumas opiniões sobre o de sempre, como a globalização, a américa e israel, desaparece facilmente enquanto me recosto e percebo que segundo aquilo em que acredito, o mais certo é mesmo recostar-me.

A geração em que cresço não mudou desde que me enganou e me levou (no nono ano) para uma manifestação contra a PGA. Se eu soubesse tinha organizado uma contra manif. Prova de acesso em que o principal não é estudar os livros da escola??! Meu Deus, quão burro fui em ter assobiado o nome da Sra. Doutora Manuel Ferreira Leite, na ponte do Sabugal.

Outra vez burro, no primeiro ano de Psicologia acompanhei uma colega comunista a uma outra manifestação na assembleia da República. Atónito, vi um palhaço a pintar com tinta verde um dos leões que guardam aquelas escadarias. Nesse dia não assobiei nem gritei, mas senti-me enganado mal fui para casa. A desordem tinha sido convocada para a equiparação do ensino privado com o público. Claro que continuo a concordar que todos os estudantes de estabelecimentos certificados pelo ME devem gozar das mesmas oportunidades. Não interessa. Sei hoje que a gritaria foi feita por causa de algo que era inevitável e que aconteceria de qualquer forma.

A disposição para a gritaria, para a manifestação com causas (nem sequer é um riot `a boa maneira working class) de meninos e meninas que não sabem o que fazer da vida parece que continua. Os garotos continuam a fechar escolas a cadeado, e quando crescerem vão gritar aos quatro ventos para que o Governo os salve dos malvados americanos e dos seus produtos maléficos. Os putos continuam a assobiar a Ministra de Educação, para mais tarde aplaudirem o Estado quando eles se imiscuir na sua vida, proibindo, obrigando, disciplinando e ensinando.

Todos continuarão rebeldes, conhecedores de política nacional e internacional, todos eles farão o grande favor ao Estado. Pedir ao Governo para que ele tome conta. Que ele é o paizinho.

Todos ajudarão a manter esta choldra de coitadinhos e fraquinhos.

11.17.2006

No dia

em que todos lavabos tiverem sabonete líquido, será mais difícil fazer cópia de chaves para fins criminosos.

11.14.2006

Eu leio pouco

porque demoro meia hora a ler uma página. Mas em relação a este livro nunca o li, em parte por causa disto.

Em qualquer barzinho confortável, ou Disco glamorosa, há sempre alguém pronto a discutir o grande livro que é O Perfume.

O filme serve. Tal como no Código, ou Senhor dos Anéis.

Não posso deixar passar isto

Mil perdões, mas isso é uma pérola literária não editada (sem link que eu não linko o meu próprio blog).

11.12.2006

Roquenrolar

Música

Dizia um amigo meu que havia duas bandas no mundo que podiam editar um peido, e ainda assim as críticas das revistas da especilidade aplaudiriam: Smashing Pumpkins ( ou qualquer projecto de que constasse o feio e fanhoso Billy Corgan) e os Sonic Youth.

Eu nunca gostei muito dos smashing pumpkins, principalmente porque a primeira música que ouvi dos gajos foi a Bullet With Butterfly wings, e quando ouvi o álbum todo, havia para lá uma ou duas a abrir. Assim, pus-me a milhas deles. Ou é barulho ou é lamechas, agora andarem a enganar é que não.

Com os Sonic Youth é diferente. O amigo que comentário tão irónico fez, gosta (como eu) bem dos SY (acho que até masi do que dos manhosos SP). Ainda não tinha leitor de Cd´s e já andava na Virgin à cata do "Daydream Nation", "Experimental jet set, trash and no star" e o "Goo". As usual comprava para mais tarde pedir a alguém que me gravasse . Apesar de o primeiro álbum que ouvi tenha sido o Dirty, não estranhei nehum dos outros álbuns. O daydream nation é um diamante mas o Experimental tem lá umas distorções bem complidas de assimilar. Decerto todos são bem mais acessíveis que o Bad Moon Rising ou o Evol, mas outra das coisas que se ouve sewmpre que sai um novo álbum dos SY é:" estão a aproximar-se do rock mais comercial."

Bardamerda. O Rather Ripped é excelente álbum de rock, e reconhece-se Sonic Youth a léguas. Mais comercial? Não compreendo o que querem dizer. Desde o Daydream Nation que os SY conjugam de maneira genial o som limpo com a sujidade fodida do feedback das guitarras eléctricas.

Com isto tudo acabo por perceber que os críticos não só aplaudiriam o peido dos Sonic Youth, como o desejam. Aí sim, o experimentalismo estaria bem representado.

Pérolas Literárias Não Editadas XXXIII

" Eu é que pus a Serreta no mapa!"

Autoria: AF

11.05.2006

Mais uma vez

Leio o que eu gostaria de ter escrito.

Os americanos e britânicos podem muito bem estar fartos de ter sempre os cães do costume a ladrar ao seu lado. Decidir levar a caravana para casa pode ser um acto cobarde que demonstra a fraqueza ocidental. Além disso, é também um sinal ao resto dos povos (tanto aos que se vangloriam com a fuga, como os que se mantêm expectantes): "Estamos farto disto. Cada um por si! Nós cá nos arranjamos."
E é esse o desejo da Direita bem à direita, Americana.

Acredito que todos os "pacifistas" que condenam os americanos por cada espirro que dão, têm no seu íntimo uma vontade insidiosa e quase insuportável de conhecer outra Grande Guerra. O desejo do abismo é-lhes tão apetecível, que ficam irritados quando algo parece ter força para manter a ordem mundial nos seus carris imperfeitos mas cada vez mais equilibrados e aceitáveis.
"Não interessam as guerras lá longe! Quero rajadas de metrelhadora no meu quintal!!"

11.04.2006

Contos Infantis

Porquê contaminá-los com psicanálise? Será que há alguém que não consiga tirar mil significados de uma história infantil? Se se esforçarem, até de um spot publicitário do Skip conseguem tirar o significado psicanalítico. Quanto mais de um capuchinho vermelho, de um lobo mau ou de um corvo vaidoso.

Vendo bem, estou aqui a olhar para isto que estou a escrever, e estou a descortinar um significado inesperado... Esperem. Esta frase que neste preciso momento está a ser escrita não engana ninguém, e eu continuo a ocultar algo de malicioso!

Deixem lá as histórias das criancinhas. Já bastam as anedotas e piadas.

11.02.2006

Gabarito Jargonal

Bem a propósito da expressão inventada no post anterior encontro quem, tal como eu, caminha no gelo fino da invenção do neologismo.

Eu, várias vezes jeopardizo este blog. Mas essa jeopardização por vezes até sabe bem não?

11.01.2006

Ligações

Aqui está uma página Web do melhor que tenho visto por aí: informativa, simples, agradável à vista, e feita pela sobrinha mais fixe do mundo.

Há por aí quem queira que morra, mas o roque enrole de vez em quando dá-nos destas coisas...

Alto merda, ou não...

Há uns 6 anos atrás enquanto conversava com um quase amigo da Universidade (Paulo se estiveres a ouvir não leves a mal, mas és quase amigo porque nunca cheguei a apanhar uma bebedeira contigo. Quando te apanhava, já eu estava bêbedo) acerca de questões nada relevantes para a cultura, mas importantes para nós naquele momento (lembro-me que discutíamos o facto de as pessoas passarem por uma moeda de cinco cêntimos que estava no chão sem a apanharem) aconteceu um episódio para mim assaz curioso. O Paulo disse:"Alto Cena".

Aquela expressão ribombou-me nos ouvidos e por pouco não destruía a minha bigorna. Pensei que talvez fosse o Lobby gay a tentar pela via da linguagem, a confusão sexual. Sendo o Paulo straight, e um dos gajos mais inteligentes que conheci pelos anos de estudante, assumi que ali estava apenas mais um expressão tipicamente urbana a que eu me deveria habituar.

Passados dois dias, como praga de gafanhotos comecei a ouvir pessoas de todo o lado a tentarem outro ataque à minha bigorna. Agora tentavam o terrível: "Ou não..."
Eu- Quero comprar o passe do metro por favor. Há desconto de cartão jovem?
Sra. da cabine- Há desconto... Ou não...

Eu- Com licença.
transeunte- Faça favor. Ou não...

Eu- Olá! Bom dia.
Transeunte 2- Olá! Ou não...

Eu- Eeeehih foda-se! Ia escorregando!!!
Transeunte observando- Isso aí está perigoso. Ou não....


Estas duas historietas servem apenas para confirmar a minha falta de esperança na humanidade. Tenho 25 anos, e continuo a ouvir estas expressões. Pior, pior é que há quem as adopte como a última moda ao nível das piadolas, ou de gabarito jargonal.

Gabarito jargonal. Sim senhor.

Pérolas Literárias XXXII

" -Uma utente queria oferecer-me um telemóvel... Tem Três!!!
- Mas é uma utente especial?
- Não... É beneficiária do RSI."

Autoria: AF e Eu

Pérolas Literárias Não Editadas XXXI

"Olha que te ponho o pé assim!"

Autoria: DP
Adenda: O pé assim destinava-se a sujar.