1.19.2007

Oh! O aborto.

Ainda por cima não vou poder votar porque não mudei o registo da Junta de Freguesia.

Olhando para as pessoas que debatem e ouvindo as suas tropelias orais, cheguei a umas quantas conclusões que me têm servido para continuar a acompanhar o debate, mas agora com um objectivo claro: consfirmar a teoria. Claro... Que método mais errado, observar com a conclusão já escrita.

Embora se diga que o assunto é apartidário, já que dentro do PSD e PS há uma troca do jogadores, como se se tratasse de um jogo amigável de todos contra todos. O PC e o BE têm uma opinião colectiva, o que tira a piada toda. O PP tem uma opinião mais ou menos colectiva, mas parece-me que há lá meia dúzia de dois ou três que são pelo sim. Lembro-me quando o Paulo Portas ser referiu à Lei Portuguesa sobre o aborto como Terceiro Mundista, de tão atrasada que estaria. Adiante.

parece-me claro que ao contrário do que dizem, o aborto é o campo de batalha perfeito para se discutir o âmago da política e das diferenças viscerais que há entre estas.

A esquerda acredita quue todos devemos trabalhar para o bem de todos. Radicalmente (que sorte ter um partido tão reaccionário como o PC, que dá para fazer estas dissertações de coisas antigas, em tempor real) temos o Comunismo e Socialismo que negam o interesse do indivíduo perante as massas. Um indivíduo a mais, ou um a menos não interessa desde que os que cá estão construam uma sociedade fraterna, igualitária e livre (COf!COF!) cheia de amor e lutando sempre pela utopia. A Humanidade é tão boa que não precisa de indesejados. Já os há em demasia.

A direita não acredita na Humanidade nem no colectivo(que sorte já não termos direita à antiga e tão reaccionárias como o PC). Não acredita em muito do que é terreno. Talvez no dinheiro, se for liberal(mas isso é uma história do caraças porque também os há de esquerda, e aí é que nos complicamos. Falemos então de conservadores). Pelo que tenho visto por aí, o pessimismo em relação ao mundo, à humanidade e até ao indivíduo, é a forma mais segura de abraçar a vida. Mas apesar desta cara carrancuda à primeira vista, há sempre a esperança de que mais pessoas se juntem à sua forma de pensar, ajudando-os a combater o pessimismo de que ao mesmo tempo, dependem. É um pouco a teoria do Beethoven. Os defensores do não, pessimistas por natureza sabem que pior que isto pode haver mas se for pior será sempre suportável , porque merdoso já isto anda. Então, para quê desperdiçar a hipótese de que nasça mais um para partilhar o sofrimento, ou ajudar a suportá-lo melhor? Não é a humanidade que salva, mas o indivíduo, e com o aborto impede-se a existência de indivíduo atrás de indivíduo.

É como se existisse a angústia de impedir o nascimento de muitos homens e mulheres capazes de ter uma vida fixe. E isso é que é o ganho da Humanidade. É que o maior número de indivíduos tenha um boa vida. Quantos mais houver a ter boas vidas, mais hipótese há de que apareçam uns com vidas que transcedem o óptimo.

Ah e tal, mas o pior é que há aqueles pobres que só vão nascer para ter uma vida desgraçada. Aí é que está a beleza desta merda. Ninguém o pode afirmar. E se é de eugenia que falamos, falem com o tio Hitler que ele é que percebe disso.

2 comentários:

Anónimo disse...

No Canadá, a Interrupção Voluntária da Gravidez é legal e sem restrições desde 1973 e é realizada pela assistência médica pública. Curiosamente em 1998, um movimento a favor da vida, assassinou um médico que realizava IVG. Estes movimentos pro-vida que tiram vidas em prol de salvar vidas deixam-me sempre confusa...!

PedromcdPereira disse...

Claro, eu também fico confuso! Matar é uma porcaria. Mas esses movimentos pensam que estão a matar um para salvar mil. É assim, que retorcidamente pensam.