7.22.2010

Em português, caralho!

Sim, hoje em dia já são menos as bandas portuguesas a escreverem letras em inglês com erros. Má conjugação verbal, palavras erradas, construção surrealista de frases... As bandas a cantar em inglês dão-se ao trabalho de comprar o office em inglês, para escreverem letras paupérrimas mas sem erros. E porquê, seus burros? Porque soa sempre tudo ao mesmo. Um gajo ouve, por exemplo, aquela música nova dos zero cego, que não sai da Antena 3 e parece que já ouviu aquela história nos secantes álbuns todos anteriores. Falta essência, genuinidade,criatividade. Por muito que o David Fonseca tente, as suas letras soarão sempre a colagens desgraçadas de letras de outras bandas. A linguagem, apreendemo-la no início da nossa vida. As segundas línguas vêm depois. Depois? Depois a base mais crua, genuína, sentimental, está construída. Por isso é que as vossas letras em inglês soam a plástico. É o mesmo que fazer uma canja sem galinha, usando o caldo falso em cubos para dar sabor. A galinha nunca morou no vosso aviário.

7.14.2010

Somos?

A responsabilidade é muito sobrevalorizada e, por isso, relegada para impossibilidade com a qual não vale a pena preocupar-se. Ou seja, da mesma maneira que o obsessivo procrastina por saber da impossibilidade da perfeição do seu trabalho, também o povo português despreza a responsabilização por esta lhe ser apresentada como espada de Dâmocles. Fala-se em responsabilidade quando acontece merda. A responsabilização dos indíviduos é valorizada quando se querem atribuir culpas, quando há desgraças a imputar. A responsabilidade é apresentada tal caixa vazia, quando se quer dar seriedade a algo. É sobrevalorizada e vulgarizada.

7.09.2010

Quem é o Quimbé e porque é que aparece a ser entrevistado antes do concerto de Faith no More?

Ainda por cima apercebendo-se da presença dos Skunk Anansie num dos dias do festival, exorta as pessoas a irem ver a "black". Quem é a "black"? Quem, Quimbé? Quimbé, vai decepar o pé. Quimbé, quina na Guiné enquanto tentares tocar oboé.

7.05.2010

Os mitos

Os alemães frios. Não vi frieza nenhuma no discurso daquele alemão que antes do jogo contra a Argentina se referiu aos argentinos como demasiado emotivos, por serem sul americanos, e que eles, alemães, iriam usar a sua racionalidade para os surpreender. Isto é barbarismo futebolístico do mais emotivo que há. Eu também os vejo em campo a berrar, correr e festejar os golos. Essa da frieza nórdica é um dos estapafúrdios mitos talvez adubados pelos próprios, por terem sido considerados, por tantos séculos, como os animais do norte. Sim, os romanos, já com água quente e sanitas em Roma, olhavam para os loiros de olhos azuis com o desdém que alguns agora usam para olhar para indivíduos de tez mais escura. Mudam-se os tempos, mantêm-se os complexos.

E no futebol? Depois da cínica Itália, agora parece que há alguns a chamar calculista e frio ao futebol alemão. Eu cá não vi nada disso. Vi bom futebol, verdadeiro e bonito jogo de equipa, raro neste Mundial, acompanhado de zeradas, sempre agradáveis de contar. Aqueles sprints, diagonais, passes e remates para o sítio onde está o mocho são o papel químico da alegria que vai na alma dos jogadores alemães. Ainda estou pela Holanda, mas os alemães começam a dar-me luta...

7.02.2010

Garotos

Para o dinheiro que ganha e a pressão sofrida amiúde por todas as razões, apesar de muito provavelmente não saber o significado de amiúde, muito bem se tem portado o rapaz.